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People.

Final de ano é aquela coisa, retrospectivas na televisão, no rádio e na mente.
"Então é Natal e o que você fez?" E ai começa toda uma involuntária análise sobre o seu ano, suas ações, o que foi perdido, achado... E eu vim aqui pra fazer isso mesmo. Analisar tudo que (não) aconteceu, desde o primeiro dia do ano de dois mil e treze.
Mas resolvi falar sobre a principal mudança que aconteceu. Pessoas. Elas aconteceram e não aconteceram na minha vida. E minha reação diante disso foi a mais estranha possível. Minha inércia me assustou um pouco, mas depois percebi que a inércia era só cansaço. Esgotamento e um "deixa pra lá" subtendido.
Esse ano eu me aproximei e me afastei de pessoas que nunca achei que fosse me reaproximar e pessoas que eu achei que nunca fosse me afastar.
Percebi que tempo é cada vez menos um fator determinante do que quer que seja.
Uma das pessoas de que me afastei eu conheço desde sempre, crescemos juntas. E eu sempre ia atrás, sempre puxava assunto de alguma forma, por SMS, facebook, ia à casa dela pra saber como estava...
A gente cresce, arranja emprego, faculdade e esse contato constante se perde. Dependendo da pessoa. Claro. Pois há amigos que moram a quilômetros cuja vida sei detalhadamente.
E então - voltando ao assunto - nós arranjamos essas tarefas de pessoas adultas e arranjamos desculpas também. "Ah! Desculpa, amiga, anda tudo tão corrido". Essa é uma desculpa que não aceito mais. De ninguém. SMS, whatsapp, facebook... Se esses meios de comunicação por vezes afastama, por vezes aproximam, por vezes mantém aquilo que é chamado de amizade. E não leva nem três minutos pra digitar um "oi, tudo bem?". Não leva.
Acontece que a gente vai empurrando com a barriga, vai levando e quando vê passou tanto tempo que você nem sabe o que está acontecendo na vida da pessoa que era sua amiga.
E sabe o que mais me espanta? Eu não me importo mais.
Eu, infelizmente, continuo no mesmo lugar. Continuo com o mesmo número. Moro na mesma casa. Resumindo: Se quiser me encontrar sabe como fazer isso.
Quase perdi alguém muito importante por querer consertar as coisas. Eu só queria ajustar o parafuso que estava meio solto, só isso. Não queria jogar tudo por água abaixo. E tudo foi por água abaixo. E demorou mais tempo do que eu imaginava pra resgatar.
Não me arrependo de nada que eu fiz. Tenho certeza que foi melhor, pelo menos pra mim foi muito melhor. Consigo ser eu mesma agora. Sem forçar situações.
Tirei da minha vida alguém que nunca quis estar nela. Só facilitei o serviço. Primeiro o número do telefone, depois o delete no facebook. Poderia não ter sido assim, com certeza. Mas o orgulho consegue ser maior do que a pessoa. Outra coisa que não me arrependo. Eu fiz tudo que podia pra consertar, sofri todos os dias, praticamente implorei por perdão e não ganhei nada a não ser ingratidão.
E é bom saber que você não faz falta. Você já é só uma lembrança vaga, vazia, distante...
Encontrei pelo caminho amizades preciosas. Acho. Distantes.
Não sei o por que gostar tanto de distâncias. Ainda não entendi qual a minha ligação com isso. E eu que jurei não me apegar a ninguém que morasse fora do meu território. What's my problem God? Hã?
Uma dessas sei que não vai durar muito. A gente simplesmente sabe, né? Tem coisas que a gente simplesmente sabe... A outra talvez dure um pouco mais que depois da curva do rio... Vamos ver, vamos ver...
Num momento de dor, de confusão, num momento perdido encontrei alguém que já conhecia, mas que eu não conseguia me encaixar, não conseguia entender. E acabamos nos entendendo, e está sendo bom.
Encontrei companhias novas, mas que não me completam. Não preenchem nem a metade do que sou na verdade. Embora eu goste muito de cada uma delas, a gente não se encaixa tão bem. Embora eu ame as risadas que elas me tiram, ame os momentos em que estamos juntas... Eu não me sinto completa.
E tem o meu órgão vital. Minha Amora. Minha vida. A que me transborda. A que me conhece. A que permanece. Que eu perdi por uma semana. Senti o gosto do inferno. Senti o maior vazio que alguém pode sentir. Foi uma dor quase palpável. Mas como sempre, nós nos recuperamos, nos reconstruímos e permanecemos. Permaneceremos.
E com tudo isso, percebi que as pessoas vem e vão mesmo. Umas se vão pra sempre, outras tendem a voltar, outras tendem a ir e voltar sempre. Outras vêm e ficam. Passam de alguém para melhor amigo e vice-versa. E você tem o controle da situação nas mãos, e você pode decidir entre continuar lutando pra ponte não ser destruída ou deixar ela ruir aos poucos.
Algumas pontes eu estou deixando ruir, me recuso a colocar um tijolo. Já coloquei tijolos demais. Estou cansada.
Talvez eu não faça falta, talvez o orgulho não deixe, ou talvez é o tempo que anda curto.
Mas o meu tempo já deu. E pra algumas pessoas eu já não estou mais aqui.
Não mais.

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